Grupo Ueba Produtos Notáveis realiza curta temporada de Vivita – A Noiva do Sol no Centro Cultural Moinho da Cascata
Espetáculo e vivência teatral protagonizados pela atriz Aline Zilli acontece nos dias 21, 22 e 23 de fevereiro, encerrando a terceira edição da Mostra Arte na Margem
Os cenários inspiradores do Centro Cultural Moinho da Cascata, em Caxias do Sul, voltam a servir de palco para a emocionante montagem do Grupo Ueba Produtos Notáveis “Vivita – A Noiva do Sol”, em três apresentações gratuitas programadas para os dias 21, 22 e 23 de fevereiro, às 19h. Sucesso de público e de crítica, a peça volta a ganhar corpo, vida e alma na atuação marcante da atriz Aline Zilli que interpreta Vivita Cartier. A curta temporada do espetáculo encerra a programação da terceira edição da Mostra Arte na Margem (que se iniciou em agosto de 2024 junto com a abertura do Moinho da Cascata para a comunidade), e tem financiamento da Lei de Incentivo à Cultura de Caxias do Sul (LIC) e apoio cultural do Instituto Elisabetha Randon, Cenci Dicriare e Orquídea.
O espetáculo e vivência teatral “Vivita – A Noiva do Sol” teve sua estreia em novembro de 2019. É uma homenagem à Vivita Cartier, artista e poetisa gaúcha que, mesmo 105 anos após sua morte, continua a inspirar e instigar pesquisas sobre sua vida e obra. Com uma personalidade romântica e poética, mas ao mesmo tempo de forte atuação social, Vivita foi uma mulher muito à frente de seu tempo. O Grupo Ueba propõe uma montagem sensível e envolvente, transportando o público para o universo de Vivita, desde Porto Alegre até Criúva, resgatando sua juventude interrompida pelo mal do século e seu amor proibido. A experiência acontece dentro do histórico prédio do Moinho da Cascata, construção que remonta à época em que Vivita esteve em Caxias do Sul, especialmente no distrito de Criúva.
A encenação é protagonizada por Aline Zilli no papel central e tem como convidados os atores Zica Stockmans, Luiza Pezzi, Cristiano Cardoso e participação do elenco do Grupo Ueba. A direção e dramaturgia são assinadas por Jonas Piccoli, com base na extensa pesquisa biográfica conduzida por Marcos Fernando Kirst, que também faz participação especial na peça. A equipe consultiva do trabalho reúne, ainda, nomes como Gislaine Sacchet, Jefferson Hoffmann e Luiz Acosta.
Por que um espetáculo sobre Vivita Cartier?
Por que contar a história de uma jovem que viveu apenas 25 anos, nasceu em Porto Alegre, radicou-se em Criúva, no interior de Caxias do Sul, para tratar a tuberculose e faleceu há mais de um século? Por que sua memória continua viva, enquanto tantas outras se perderam no tempo?
As próprias palavras de Vivita fornecem pistas sobre seu legado. Em seus escritos, ela se descreve como uma alma singular: “esquisitice de moça / e que modo original”, fazendo “coisas de poetisa / que se quer celebrizar”. Como se pressentisse seu destino, escreveu: “Ah boneca, como é triste a solidão que te espera”, antes mesmo de adoecer. Aos 12 anos, reinventou-se ao adotar o nome artístico Vivita, deixando de ser Josefina. Antes dos 20, revitalizou o carnaval de rua de Porto Alegre e declamou no Theatro São Pedro. Enfrentou convenções sociais ao se tornar patinadora, uma atividade considerada masculina na época. Sempre de branco, ficou conhecida como Noiva do Sol, pelo seu amor incondicional à natureza – tema central de sua obra.
Vivita declarou seu amor por um homem comprometido, conhecido no meio literário como Sol. Seus versos apaixonados deixam pistas sobre esse sentimento, sem revelar seu verdadeiro destinatário. Com a saúde debilitada, ela recosturava folhas secas às árvores, como um gesto poético de resistência contra o avanço da doença. A luta contra a tuberculose prolongou sua vida muito além das previsões médicas, permitindo-lhe viver sua arte e paixão por mais sete anos. O fascínio por sua trajetória persiste há mais de um século, inspirando inúmeros pesquisadores.
“Essa moça encanta muitos há mais de um século. O Grupo Ueba se une a esse legado ao levar Vivita para os palcos, oferecendo ao público a oportunidade de conhecer sua história e sua poesia”, afirmam Aline Zilli e Jonas Piccoli, fundadores do grupo teatral caxiense. O trabalho se baseia no livro “O Ocaso da Colombina – A Breve e Poética Vida de Vivita Cartier”, de Marcos Fernando Kirst, uma obra monumental com mais de 800 páginas sobre sua vida, obra e os contextos históricos que a envolveram. A montagem de Jonas Piccoli reflete a intensidade da vida e do legado de Vivita. Durante o espetáculo, o público percorre diferentes espaços do prédio histórico, experimentando sua história e obra sob ângulos diversos, tornando-se parte ativa da narrativa.
A entrada para assistir às três apresentações dessa temporada é gratuita, porém é necessário reservar os ingressos pela plataforma Sympla, pois as vagas são limitadas.
Exposição “Vislumbres da Noiva do Sol”
Durante a nova temporada de Vivita – A Noiva do Sol, o Moinho da Cascata recebe a exposição “Vislumbres da Noiva do Sol – uma jornada visual pela vida e obra da poeta Vivita Cartier”. A mostra tem curadoria da fotógrafa Liliane Giordano e transcende vida e obra da autora em diversos outros formatos: além das fotos integrantes do livro, traz poemas delicadamente bordados, caixas de memórias, móveis da época, cartas, ilustrações, fragmentos estilizados do legado da poetisa e um varal para todos darem voz ao seu lado mais criativo. Valdema Paganella Giordano é responsável pelos bordados e costuras e Ernani Carraro assina o design gráfico da exposição.
“A ideia da mostra é despertar nas pessoas a retomada da rima e da delicadeza das palavras. A poesia está em tudo o que nos rodeia, basta sabermos olhar. Queremos também instigar a retomada das cartas, a troca de segredos descritos em palavras, pois, além da carga emocional que isso carrega, é uma forma de perpetuar nossos sentimentos pelo tempo – tal como a voz de Vivita chega a nós hoje, mais de um século depois, por meio de suas cartas e de seus poemas”, explica a curadora.
FICHA TÉCNICA
Peça: Vivita – A Noiva do Sol
Produção: Grupo Ueba Produtos Notáveis
Direção e Dramaturgia: Jonas Piccoli
Pesquisa Biográfica: Marcos Fernando Kirst
Atuação: Aline Zilli com participação de Zica Stockmans, Luiza Pezzi, Cristiano Cardoso e elenco do Grupo Ueba
Preparação Corporal: Gislaine Sacchet
Consultoria de Figurino: Cristina Lizot
Figurinos: Acervo Ueba
Consultoria em Maquiagem e Cabelo: Jefferson Hoffmann
SERVIÇO
O QUÊ: Curta temporada de Vivita – A Noiva do Sol, no encerramento da terceira edição da Mostra Arte na Margem
QUANDO: Dias 21, 22 e 23 de fevereiro, às 19h
ONDE: Centro Cultural Moinho da Cascata (Rua Henrique Riboldi, 69, bairro Marechal Floriano, Caxias do Sul)
ENTRADA: Gratuita. Ingressos devem ser reservados na plataforma Sympla, com vagas limitadas
REALIZAÇÃO: Grupo Ueba Produtos Notáveis e Centro Cultural Moinho da Cascata
FINANCIAMENTO: Lei de Incentivo à Cultura de Caxias do Sul (LIC)
APOIO CULTURAL: Instituto Elisabetha Randon, Cenci Dicriare e Orquídea
APOIO: RBS TV, Sicredi Pioneira, Sala de Fotografia e Felipe Weber
INFORMAÇÕES:site do Grupo Ueba e redes sociais @grupoueba e @moinhodacascata
IMPORTANTE: A programação acontece mesmo em caso de chuva
Sobre o Grupo UEBA Produtos Notáveis
Fundado há mais de 20 anos por Aline Zilli e Jonas Piccoli, o Grupo Ueba Produtos Notáveis é reconhecido pelas produções teatrais inovadoras, com contribuição significativa para a cena cultural da Serra Gaúcha e do Rio Grande do Sul. Além do destaque reconhecido e premiado no teatro, com peças de produção autoral que já circularam por todas as regiões do Brasil e também em outros países, o grupo tem incursão na literatura e no cinema. Há 10 anos, o Grupo Ueba ocupa as instalações do Centro Cultural Moinho da Cascata, um edifício histórico do patrimônio cultural de Caxias do Sul que foi tombado e revitalizado, combinando tradição e modernidade em meio à natureza e próximo da área urbana. O espaço permanece aberto ao público aos finais de semana, das 14h às 19h, contando com cafeteria, biblioteca infantil e infantojuvenil, área de jogos de tabuleiro, sala de exposição, espaço garden com área pet friendly, acessibilidade e inclusividade, além, é claro, do tradicional espaço destinado às artes cênicas.
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