Projeto une aprendizado em sala de aula com preservação das raízes da formação étnica e cultural do povo brasileiro
O Colégio Madre Imilda realizou nesta semana a primeira edição do Festival das Imigrações. O evento foi planejado a partir das vivências e conteúdos trabalhados com os estudantes de seis turmas do 4º ano, com vistas a valorizar a história e preservar as raízes da formação étnica e cultural do povo brasileiro. O festival apresentou quadros cênicos, musicais e de danças típicas, com destaque para aspectos da cultura dos povos originários, portugueses, espanhóis, africanos, alemães e italianos.
As apresentações iniciaram retratando a história muito antes do Descobrimento do Brasil, quando os povos originários que já habitavam essas terras, e eram chamados de Tupi, batizaram o nosso território de “Pindorama”. O espetáculo dos estudantes seguiu mostrando o auge das navegações e o domínio dos territórios pelos europeus. O público conferiu o choque cultural do encontro entre os portugueses e os indígenas, o escambo e a primeira missa celebrada em território brasileiro. Augusto Laimer Olivera, 10 anos, foi escalado para representar os portugueses e contou que “o conhecimento sobre o pequeno país da Europa despertou minha vontade de morar em Portugal”.
A colonização espanhola também esteve representada no processo de conquista do território americano. Os imigrantes espanhóis deixaram para o Brasil um legado cultural com influência na culinária, música e danças típicas. A expressão artística africana teve a encenação da vida em um quilombo e o grupo de capoeira do colégio trouxe a sua participação chamando a atenção para a escravidão no Brasil de milhões de indígenas e africanos, fato que perdurou por mais de 300 anos.
Os 200 anos da chegada dos primeiros imigrantes alemães em solo gaúcho recordou o fato dessa etnia ter deixado o país de origem por causa da fome. A marca desse povo está presente no nosso dia a dia nas construções, na culinária e principalmente na alegria. O estudante Davi Rech Locatelli, 10 anos, disse que “aprendi muito sobre essa cultura na preparação do espetáculo e quero aprender ainda mais do que já sei sobre o futebol alemão e a alegria desse povo”. A serra gaúcha está celebrando a chegada dos primeiros imigrantes italianos, há 150 anos, fugindo da pobreza e da forte crise que acometia a Europa. Esse momento foi representado pelos estudantes com a formação de um grande navio, relembrando a partida dos italianos no porto de Gênova.
O encerramento do Festival das Imigrações trouxe ao palco a cultura gaúcha, dentro das comemorações da Semana Farroupilha, demonstrando que em nossa região, assim como em todo o Brasil, prevalece a miscigenação e o respeito por todas as etnias e culturas.
FOTOS: MARGÔ SEGAT